Oi, Olá. Tudo hoje em
dia é delimitado pelo tempo, não é? Pelo menos para mim. Eu tenho vinte minutos
para almoçar. 50 minutos para entender tudo o que o professor está dizendo,
tirar minhas dúvidas e discutir o texto. Tenho cinco minutos para escovar os
dentes antes que a minha irmã entre no banheiro e me empurro da frente do
espelho. E tenho, agora 12 minutos para terminar de escrever esse texto.
Bem, eu comecei com 15, mas tive que mudar o teclado de
‘’PT’’ para ‘’EN’’ porque a pontuação estava toda errada. Agora gastei mais um minuto só para digitar
essa frase, de tanto que o corretor automático trocou ‘’EN’’ por ‘’EM’’. Opa,
aconteceu de novo. Enfim...
Bem, a falta de tempo é um saco. E não é um saco de Papai Noel
cheio de brinquedos, não. Mas, as pessoas perdem muito tempo. Quem sou eu para
dar lição de como arranjar tempo enquanto vejo reality shows e navego pela
internet a esmo.
Mas sério, vamos ser sérios com o nosso tempo. Faltam 11
minutos.
Eu queria falar coisas lindas, escrever poesias
maravilhosas, e se não fosse essa minha mania introdutória, talvez
conseguisse. Dez minutos. Mas eu sou assim, dou voltas e voltas e
voltas, para dizer o que eu não lembro mais, no final. Noveminutos.
Mas, enfim, o que é crônica? O que é? É uma narração que
segue uma ordem temporal, e segundo muito de meus professores, devem ter um
‘’gancho’’, e ser atual.
A minha narração é extremamente delimitada pelo relógio,
assim como o jeitão jornalista de ser que será o meu jeito de ser. Precisarei
de 1 litro de café todos os dias, um maço de cigarro e claro, branquear os
dentes. Precisarei também de uma secretaria, porque não consigo dar conta nem
dos meus pensamentos, imagina da minha agenda.
6 minutos. Mas o que eu vou precisar mesmo, mesmo é de Ioga
e massagem. Porque, olha, vou te dizer... Se estudar jornalismo tá criando nós
nas minhas costas, imagina a profissão em sim. Mas é isso. Eu disse que tinha
15 minutos, porque chegarei atrasada no Ioga que comecei para relaxar.
Sim, chegar atrasada me estressa. Odeio me atrasar. Odeio
quem se atrasa. Odeio o tempo, o relógio e tal. Mas odeio mais esperar. E todo
mundo se atrasa, então tenho que me atrasar mais do que os outros para manter
minha sanidade. Não é que eu queira me atrasar, mas o mundo me obriga. Eu nem demoro
a me arrumar. Serio. Sou mulher, mas meu guarda-roupa é de um peão bronco. Só
tenho coisas básicas.
Enfim, 4 minutos. E eu ainda tenho que escrever na crônica,
algo de poético, para dar aquele ar intelectual. Não sabe o que é isso? Faz uma
faculdade federal de Humanas, meu amigo. Se você não souber pelo menos umas 30
palavras com mais de cinco sílabas você é lanchinho. Se não curtir Roque (ou
rock, como dizem os jovens), então. Graças a deus eu bebo e falo mal dos
outros, assim não me torno uma completa excluída da sociedade acadêmica.
Dois minutos. Opa, um . Ah, que se foda. Quem tá contando?
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